Resolvemos fazer esse post bem curtinho pra relatar para vocês um pouco da nossa experiência de cruzar os Andes de ônibus. Vamos dar nossas impressões e algumas informações que são fundamentais se você pretende fazer a mesma travessia.
Nós iniciamos o nosso rolê em Mendoza na Argentina e nosso objetivo era chegar em Santiago do Chile. Optamos pela ida de ônibus não somente por conta do preço, mas também pela bela paisagem na viagem. Tínhamos essa vontade de atravessar a cordilheira e a viagem pareceu a oportunidade perfeita. Compramos a passagem pelo site da Busbus, o que foi muito bom porque pagamos em real. Atualmente, consultando o site vimos que existem diversos horários e saídas desde Mendoza até Santiago. Os preços giram em torno de 160-170 reais. Tem saídas durante o dia e alguns ônibus são noturnos. Mas achamos melhor ir durante o dia para aproveitar a paisagem que é Surreal.

A nossa saída de Mendoza foi de manhã, em torno de 10 horas. Chegamos um pouco antes na rodoviária, que tem um pequeno shopping em anexo, para comprar alguns lanches. Depois de ter rodado por algumas cidades argentinas de ônibus percebemos que não são feitas paradas para grandes refeições como almoço e janta. O ônibus era confortável normal. Com aquecimento, o que é fundamental e banheiro. Durante a viagem também não houve nenhuma parada para banheiro, exceto a imigração.

A viagem dura aproximadamente 08 horas, mas esse horário pode variar bastante em função das condições da estrada e do tempo de espera na imigração. A nossa imigração estava vazia e foi bem rápido, mas já ouvimos relatos de muita espera.
Voltando a viagem em si, logo que entramos no ônibus recebemos aquele papelzinho da imigração para preencher e a recomendação de que se tivessemos alguma fruta seria melhor comer logo, pois era proibido cruzar a fronteira com ela. Fizemos a viagem em um mês de Maio, pouco tempo antes do inverno. Em Mendoza e Santiago já fazia frio, mas o auge das baixas temperaturas ainda estava longe. O clima é um fator fundamental na viagem, pois como passamos no meio da Cordilheira dos Andes e atingimos alturas que beiram os 4000 metros, durante o inverno pode haver uma piora considerável nas condições de dirigibilidade. No caminho eram comuns as placas de risco de avalanche, e semanas após termos passado pela estrada lemos nos jornais de Santiago que o trecho foi fechado algumas vezes devido ao mal tempo.

Ainda sim a viagem é muito bonita. O ônibus passa literalmente no meio da Cordilheira, e toda hora nos vemos cercados por picos imensos, rios e pequenas cachoeiras. As condições da estrada são muito boas e ela é toda asfaltada, muito embora o excesso de curvas possa deixar os mais sensíveis um pouco enjoados. Se você também é desse time, vale a pena levar um Dramin.

Depois de algumas horas de viagem, paramos na imigração que fica a 3500 m de altitude. A descida do ônibus é um pouco sofrida, pois temos que carregar nossas malas que estão no porão do ônibus e esperar do lado de fora da sala de imigração (que é pequena) num frio de lascar. Como demos sorte e só havia o nosso ônibus para ser atendido, a fila dissipou rápido. A imigração foi sem burocracias e aproveitamos para ir ao banheiro e esticar um pouco as pernas. Quando voltamos para o ônibus percebemos que algumas coisas que havíamos deixado no ônibus, como nossas garrafas d’água, foram mexidas e vasculhadas pela polícia local.
Depois de voltarmos para o ônibus passamos pelo trecho mais sinuoso de todos e já nos encaminhamos para a descida para Santiago. Chegamos na rodoviária chilena ainda de dia. A viagem foi bastante tranquila e o visual encantou bastante.

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